Lacan e o Sintoma: Retorno à Freud
No texto “A instância da letra no inconsciente” de 1957, Lacan nos mostra “que é toda a estrutura da linguagem que a experiência psicanalítica descobre noinconsciente” (p.498). Partindo desta idéia, Lacan, ao se deter na lingüística se apropria das figuras de estilo para demonstrar que o inconsciente é estruturado como linguagem, revertendo o algoritmo deSaussure em S/s, delata que não existe arbitrariedade entre os signos, ou seja, que não se trata do deslizamento do significado sobre o significante, mas ao contrário. Trata-se de um significante, que seremete a outro significante numa cadeia infinita, com resistência à significação. Portanto, não existe um sentido à priori. O conteúdo do inconsciente onde um significante representa o sujeito paraoutro significante apresenta que o sujeito surge no intervalo entre esses significantes, que é a falha do discurso. Afinal o sintoma representa o sujeito, e, o significante é figurado pela metáfora e ametonímia .
Lacan sinaliza que a metáfora brota entre dois significantes, onde um substituiu o outro, assumindo seu lugar na cadeia significante, produzindo “um efeito de significação, que é depoesia ou criação” , enquanto que o significante oculto, aquele substituído, permanece em conexão metonímica com o resto da cadeia.
O sintoma, para Lacan, é uma metáfora, aonde os significantes vêmsubstituir aquilo da ordem do trauma sexual, aquilo que não é nomeável, insuportável para o sujeito. O sintoma é entendido como uma mensagem cifrada a ser interpretado pelo sujeito em análise, portantonunca eliminado. É uma formação do inconsciente, assim como os chistes, sonhos, atos falhos e fantasias.
O que Freud chama de condensação, Lacan, vai chamar metáfora. E deslocamento, metonímia. Ametáfora - melhor especificando - condensação, fixação, repetição, é favorável ao sintoma significação fálica reportado ao campo das identificações e da insistência do mesmo sentido.
“O mecanismo de...
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